“A vida inteira alguma coisa tentou me matar e eu me refiz Dandara Acotirene”
Retirada de http://blogueirasnegras.org |
A
questão racial no Brasil é sempre discutida e ainda que de modo
tendencioso, acredita-se até hoje não haver preconceito e fala-se até
mesmo da grande valorização do povo Negro. Entretanto,
nota-se um pavor ariano à tudo que tem cor negra. Símbolos de luta e
resistência são reduzidos a acessórios de beleza, nós somos vendidas e
comercializadas no carnaval (que era a festa do povo), as mídias
oficiais conservam e reiteram em todo momento seu papel elitista e
racista, já que não passa de um sistema simbólico que legitima o
pensamento de um classe branca heterossexual e rica.
Turbantes,
nos cabelos loiros (na tevê) são formas de alienar e embranquecer
nossos emblemas, jamais homenageiam, visto que não se pode reverenciar o
que não se conhece e muito menos o que constantemente é marginalizado e
criminalizado.
O feminismo amazonense tem
cor: somos indígenas, somos negras, mesmo que na certidão de nascimento "amenizem" nos classificando de pardas, mas negras somos! O
feminismo tem que ser emancipação feminina, humana. Se o lugar de
mulher é aonde ela quiser por quê nós negras ainda não podemos dizer
aonde queremos ficar?
Parece absurdo dizer que a
mulher hoje fica restrita a serviços domésticos mal remunerados, mas ao
acrescentar a palavra negra a frase ganha todo sentido. Nosso lugar no
cenário atual fica relegado a casa, sem ter chance de escolha.
E
quando trata-se de descriminar as mulheres negras, o machismo não fica
só, como fiel escudeiro tem o racismo. Esses agridem e violam os
restritos direitos que assistem e conseguem tocar as mulheres, negras.
A
violência policial que ocorre cotidianamente é resultado do Estado que
eles construíram para nos oprimir, podar e silenciar: um estado
autoritário, patriarcal, machista, fascista, racista, conservador... Se
hoje a classe estudantil volta a sofrer com a repressão sanguinária dos
homens fardados, a comunidade negra jamais teve um recesso, uma pausa.
Jamais mulheres negras tiverem um minuto de paz.
O femicídio é um termo de cunho político e legal para se referir a morte
de mulheres, esse tipo de morte não simboliza somente o assassinato de
mulheres por conta do seu sexo mas sim por não estar desempenhado o
papel que se espera,termo político que como vocês já previam também tem
cor. Nós do Coletivo Feminista Baré temos como pauta enegrecer o
feminismo, empoderar a cada dia mais e mais mulheres para que possamos
unidas derrubar com nossas próprias mãos todos os sistemas opressores
que recaem sobre nós.
Segue como sugestão de um som pra curtir a música combativa de Ellen Oléria, Antiga Poesia.
Abraços combativos irmãs.
Segue como sugestão de um som pra curtir a música combativa de Ellen Oléria, Antiga Poesia.
Abraços combativos irmãs.
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